Rio de Janeiro cria gabinete de crise para combater incêndios florestais
Estado enfrenta uma onda de incêndios florestais com aumento de 460 novos focos em um único dia. Autoridades criam gabinete de crise para lidar com a situação, mas especialistas apontam falhas na estrutura de prevenção.
Autor original: Jornal Nacional
Edição e resumo: Thiago Mendes
O Rio de Janeiro enfrenta uma grave crise de incêndios florestais, com um aumento alarmante de focos de incêndio no estado. Apenas na quinta-feira (12), foram registrados 460 novos pontos de queimadas, um recorde em 2024. Desde o início do ano, os bombeiros registraram mais de 16 mil ocorrências relacionadas a incêndios florestais.
A situação é crítica em diversas regiões, com destaque para a Região Metropolitana do Rio, onde as chamas no Morro das Andorinhas, em Niterói, chegaram perto de casas, causando pânico entre os moradores. A fumaça espessa proveniente das queimadas encobre grande parte da região, incluindo áreas como o Parque Nacional da Tijuca e a comunidade da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, onde o fogo destruiu parte da mata.
Em Realengo, na Zona Oeste do Rio, moradores usaram baldes para tentar impedir o avanço das chamas na maior floresta urbana do país, o Parque Estadual da Pedra Branca. Bombeiros também foram acionados em áreas turísticas como a Prainha, Grumari e a Pedra da Gávea. Na Região Serrana do Rio, há focos de incêndio em cidades como Nova Friburgo, Secretário, Petrópolis e no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. No sul do estado, as chamas ainda estão fora de controle no Parque da Serra da Concórdia e na Serra da Beleza, em Valença.
O estado enfrenta uma onda de calor no fim do inverno, com baixa umidade e temperaturas acima de 36º C na capital. Segundo os bombeiros, 95% dos incêndios são causados pela ação humana. Diante da gravidade da situação, o governo do estado criou um gabinete de crise para coordenar as ações de combate às chamas.
Apesar da criação do gabinete de crise, especialistas criticam a estrutura de prevenção e combate às queimadas no estado. Rogério Rocco, superintendente do Ibama no Rio de Janeiro, aponta a falta de pessoal e equipamentos como um problema crucial. Ele defende a recontratação de guarda-parques e a aquisição de novos equipamentos para fortalecer as ações de combate nas unidades de conservação estaduais. O Corpo de Bombeiros do Rio informou que reforçou as equipes com escalas extras, que três helicópteros estão dando apoio às operações e que o estado investiu R$ 115 milhões em equipamentos e estrutura para combate a incêndios florestais.