Crise no transporte público de Petrópolis persiste após saída de empresas
Apesar da saída da Cascatinha e Petro Ita, problemas persistem com atrasos de pagamento e ônibus antigos, afetando a população e os rodoviários.
Autor original: Wellington Daniel
Edição e resumo: Thiago Mendes
A crise no transporte público de Petrópolis continua, mesmo após a saída das empresas Cascatinha e Petro Ita. A população enfrenta dificuldades com atrasos e falta de ônibus, como quase aconteceu na terça-feira (25), quando funcionários da Viação Turp cogitaram uma paralisação por conta de pagamentos atrasados. Embora o pagamento tenha sido efetuado evitando a paralisação imediata, a situação permanece crítica, com os rodoviários em estado de greve e ameaçando novas mobilizações caso os atrasos persistam.
A Viação Turp alega dificuldades financeiras, justificando os atrasos com um déficit na tarifa técnica e atraso no pagamento do vale-educação. Essa situação reflete os problemas estruturais do sistema de transporte público da cidade, que não foram resolvidos com a saída das empresas anteriores.
A redistribuição das linhas das empresas que saíram impactou significativamente as demais. A Viação Turp, por exemplo, teve um aumento de 63,34% em seus itinerários, passando de 55 para 90 linhas. Outras empresas também sofreram grandes expansões, demonstrando a fragilidade do sistema e a sobrecarga nas empresas restantes.
Além dos atrasos salariais, outro problema é a idade da frota. Um ônibus da empresa Cidade Real, com prefixo 1048, fabricado em 2014, opera na linha 116, estando a um ano do limite de 11 anos previsto pela CPTrans. A empresa justifica que o coletivo é uma exceção e que tem feito investimentos em veículos novos e seminovos, e cita um aumento no prazo de vida útil dos ônibus concedido pelo Detro-RJ, porém apenas para viagens intermunicipais.
A falta de resposta da CPTrans aos questionamentos sobre a situação da Turp e da Cidade Real, e a divergência sobre a utilização do vale-educação, reforçam a complexidade da crise. A Prefeitura afirma que o vale-educação não pode ser usado para folha de pagamento, mas sim para melhorias no sistema, enquanto as empresas o utilizam como argumento para justificar seus problemas financeiros. A situação demonstra a necessidade urgente de soluções eficazes para garantir um transporte público eficiente e confiável para os moradores de Petrópolis.