Ricardo Nunes é reeleito em SP e dá 1ª vitória nas urnas ao MDB na capital
Prefeito de São Paulo conquista segundo mandato com ampla coligação e gestão como vitrine; vitória marca o retorno do MDB ao poder na capital após 40 anos.
Autor original: Bianca Gomes/Estadão
Edição e resumo: Thiago Mendes
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito neste domingo (27), garantindo mais quatro anos à frente da administração da maior metrópole da América Latina. A vitória representa um marco para o MDB, marcando a primeira vez que o partido chega ao comando da capital paulista por voto popular desde a redemocratização do País. O único momento em que o MDB governou a cidade foi em 1983, quando Mário Covas se tornou o último prefeito biônico antes da redemocratização.
Com 93,74% das urnas apuradas, Nunes obteve 59,53% dos votos, enquanto Guilherme Boulos ficou com 40,46%. A vitória de Nunes se deve, em grande parte, à ampla coligação que uniu 11 partidos, abrangendo desde a centro-esquerda até o PL, partido que hoje abriga boa parte do bolsonarismo. Essa aliança garantiu a Nunes o horário eleitoral mais dominante em um pleito na capital paulista desde 2000.
A campanha de Nunes foi marcada pela utilização estratégica de sua gestão como vitrine, com foco em destacar os avanços da administração e a boa avaliação do prefeito. No último Datafolha, 26% dos paulistanos classificavam a administração municipal como ótima ou boa. Além disso, a alta rejeição de Guilherme Boulos, com mais da metade da população afirmando não votar nele de jeito nenhum, também contribuiu para a vitória de Nunes.
Nunes assumiu a Prefeitura de São Paulo de forma definitiva em maio de 2021, após a morte de Bruno Covas, que lutou contra um câncer por um ano e meio. Desde então, o prefeito tem buscado consolidar sua imagem e construir uma marca própria, enfrentando desafios como a pandemia da Covid-19 e a necessidade de superar o legado de seu antecessor.
O caminho de Nunes até a vitória foi marcado por momentos desafiadores, como a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa, que tumultuou a eleição e tirou votos de Nunes no primeiro turno. A campanha também teve de lidar com o desgaste do nome de Jair Bolsonaro, que, apesar de ter apoiado Nunes, teve um papel discreto e controverso na campanha. A relação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi fundamental para Nunes, que contou com o apoio do governador em momentos estratégicos da campanha.